segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

¨¨¨Landisvalth Blog: A triste história de um professor e de um país

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sábado, 25 de fevereiro de 2012

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¨¨¨Landisvalth Blog: Mensagem circula na Internet e chama brasileiro de...: Uma mensagem carregada de revolta circula amplamente na Internet e está carregada de adjetivos negativos contra o povo brasileiro. Há adje...

Seca levou civilização maia ao colapso


RICARDO BONALUME NETO – da Folha de São Paulo
O colapso da civilização maia, da América Central, ocorreu devido a uma modesta queda nos níveis de chuva da região, suficiente para reduzir drasticamente a população durante um declínio que durou cerca de 200 anos. É o que afirma um novo estudo dos registros climáticos antigos. Os dados ajudam a entender como o colapso pôde ocorrer gradualmente, em vez de acontecer de modo dramático e repentino.A nova pesquisa contraria a hipótese de que a crise dessa civilização teria começado a partir de uma seca intensa entre os anos 800 e 1000 da Era Cristã.
MISTÉRIO
O declínio da avançada civilização maia, que tinha uma forma de escrita e produziu grandes monumentos de pedra, como palácios e pirâmides, sempre foi algo misterioso para os arqueólogos. Alguns pesquisadores especularam que o colapso poderia ter sido causado por guerras ou revoltas de camponeses. Outros têm explicações ecológicas, como a queda da capacidade do ambiente de sustentar uma população com água e alimento. Martín Medina-Elizalde, do Centro de Investigação Científica do Yucatán, México, e Eelco Rohling, da Universidade de Southampton, Reino Unido, publicaram seus achados na edição desta sexta-feira da revista americana "Science".
QUÍMICA
Eles usaram a análise de variantes de elementos químicos em sedimentos em lagos da região da península de Yucatán e em uma estalagmite (formação rochosa criada pelo gotejar de água e minerais depositados em cavernas). Ambos são fontes importantes de dados sobre as chuvas e a evaporação ocorridas no passado. Para Rohling, as reduções na chuva "representam apenas de 25% a 40% na chuva anual. Mas foram grandes o bastante para a evaporação se tornar dominante sobre a queda de chuva, e a disponibilidade de água foi rapidamente reduzida. Os dados sugerem que a principal causa foi uma redução da atividade de tempestades de verão". A falta de água afetaria tanto o campo quanto as cidades. O verão era a principal estação para o cultivo. E o armazenamento de água nas cidades também seria afetado. Secas em anos subsequentes causariam o abandono de centros urbanos. "Apesar das evidências sugerindo que a mudança climática não explica completamente os complexos eventos geográficos e sociopolíticos do período do declínio maia, registros de paleoclima e evidências arqueológicas sugerem que a época foi pontuada por uma série de eventos de seca, que provavelmente provocaram significativas rupturas na sociedade", dizem os autores do estudo. Curiosamente, segundo eles, a redução de chuva teria sido semelhante àquela que poderá ocorrer na mesma região, de acordo com estudos atuais, por conta do aquecimento global. Segundo Medina-Elizalde, "há diferenças, mas o alerta é claro. O que parece ser uma redução menor na disponibilidade de água pode levar a problemas importantes e duradouros". Outras regiões no mundo com clima parecido poderão ter problemas semelhantes. "Hoje temos o benefício dessa consciência e temos de levá-la em conta."

Ana Dalva News: Entrevista de Gama Neves ao Jornal Impacto, de Jor...

Ana Dalva News: Entrevista de Gama Neves ao Jornal Impacto, de Jor...: Presidente do Democratas de Heliópolis e pré-candidato a prefeito afirma que o que era para ser o “novo”, infelizmente “envelheceu” muito ...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

¨¨¨Landisvalth Blog: Esfera cai do céu no Maranhão e assusta moradores

¨¨¨Landisvalth Blog: Esfera cai do céu no Maranhão e assusta moradores: Analistas dizem ser resto de um foguete francês Aliny Gama Do UOL , em Maceió A esfera é uma provável parte de um foguete francês ...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

¨¨¨Landisvalth Blog: Superação: Estudante passa em 11 vestibulares de M...

¨¨¨Landisvalth Blog: Superação: Estudante passa em 11 vestibulares de M...: Mariana com a mãe: exemplo de superação. Uma estudante de apenas 19 anos de Pouso Alegre, no Sul de Minas, foi aprovada no curso de m...

Por que morrem tantos fotógrafos de guerra?


LEÃO SERVA – especial para a FOLHA DE SÃO PAULO
Kevin Carter venceu com esta foto o Pulitzer de 1994 (uma criança subnutrida observada por um abutre, no Sudão).
A morte do cinegrafista francês Gilles Jacquier, 43, na cidade de Homs, na Síria, no dia 11 de janeiro, vem se somar a uma longa lista de repórteres de imagens mortos em áreas de conflito na história recente do jornalismo.
Antes dele, a Primavera Árabe já tinha tirado de um só golpe a vida de dois importantes fotógrafos de guerra da atualidade, o inglês Tim Hetherington e o americano Chris Hondros. Os dois morreram na Líbia, em abril de 2011, atingidos por um morteiro disparado pelo Exército do ditador Muammar Gaddafi em Misrata, cidade controlada pelos rebeldes (que viriam a vencer a guerra civil no país). O petardo ainda feriu outros dois fotógrafos.
Hetherington vinha de anos de produção consagradora cobrindo a ocupação americana do Afeganistão. Ali, ele fez a foto que ganhou o Prêmio World Press (o "Oscar do fotojornalismo") de 2007 e realizou, com câmera de última geração, o longa "Restrepo", indicado ao Oscar de documentário e escolhido como melhor filme do festival Sundance em 2010.
Em entrevista à então correspondente da Folha em Washington, Andrea Murta, no lançamento do filme, Hetherington disse que "é muito fácil ficar viciado" em guerras. A frase lembra a de Duck, personagem do filme "A Caçada" (2007), ficção baseada em fatos reais na Bósnia: "Estar tão perto da morte e sentir-se assim tão vivo é viciante. Quem disser o contrário estará mentindo".
A morte de Hetherington teve várias coincidências com a do maior fotógrafo de guerra de todos os tempos, Robert Capa (1913-54), no Vietnã. Ambos morreram aos 40, em conflitos assimétricos, em países do terceiro mundo, já consagrados e experimentando uma ampliação da carreira para o cinema.
Guerras matam muitos jornalistas. Mas, entre eles, fotógrafos e cinegrafistas são as principais vítimas. E a proporção cresceu nos últimos tempos. Relatório da ONG internacional Comitê para a Proteção de Jornalistas aponta que 40% dos jornalistas mortos em ação em 2011 eram fotógrafos ou cinegrafistas, o dobro da média histórica apurada desde 1992.
Ao produzir suas imagens, muitas vezes os repórteres fotográficos se expõem a riscos. Até mesmo jornalistas de texto ou de voz estão convictos de que os de imagem são os mais valentes, como escreve David Halberstam em "Requiem", homenagem aos 135 fotógrafos que perderam a vida na mesma guerra do Vietnã que matou Capa: "Nós, jornalistas de texto, sempre soubemos que os fotógrafos eram realmente os corajosos. Só existe uma forma de eles produzirem intimidade com a cena: serem testemunhas oculares".
Há várias razões para essa exposição ao risco. O vício mencionado por Hetherington pode ser uma delas, mas certamente tem grande importância a ideia expressa na frase de Capa: "Se suas fotos não estão boas o suficiente, é porque você ainda não está perto o suficiente", como consta no livro "Ligeiramente Fora de Foco" [trad. José Rubens Siqueira, Cosac Naify, 296 págs., R$ 69], que narra sua participação na Segunda Guerra Mundial.
Desde Capa, a proximidade do repórter fotográfico em relação ao objeto passou a ser uma lei da fotografia, um regimento profissional, que prescreve opções subjetivas, estéticas, as quais se confundem com imposições técnicas e objetivas. O mandamento de Capa constituiu uma gramática da fotografia de guerra (o sujeito deve estar junto de seu objeto), mas impõe um efeito colateral: a morte frequente.
TELEOBJETIVAS
Ao aplicar sua concepção teórica, Capa recusava as teleobjetivas, preferindo as lentes de 50 mm, que os fotógrafos chamam de "lente normal" por ser a que melhor reproduz o ângulo de visão do homem.
A 50 mm capta a imagem de objetos que estão em um campo de 45º à frente, muito semelhante ao campo de visão do olho humano. Mais longas, as teles só deixam entrar a imagem de objetos que estão num pequeno campo de visão. Por isso eles parecem tão ampliados: porque uma pequena fração da imagem ocupará toda a foto.
Uma tele de 600 mm tem um campo visual de apenas 4°. Esse "afinamento" provoca outro efeito: a perspectiva se desfaz, some a percepção das diferentes distâncias dos objetos, tudo o que aparece na foto parece estar à mesma distância. A tele "chapa" o fundo, como acontece com a visão de um homem que vê com um só olho.
Ao dizer que uma foto é boa quando feita de perto, portanto, Capa elabora um conceito estético mas também técnico, a partir da geometria, em busca do que considera a perspectiva "verdadeira".
ÉTICA
Sua ideia tem também uma decorrência ética: se a foto feita de longe distorce a posição dos elementos, ela fere o princípio de fidelidade do jornalismo.
Um fotógrafo, no entanto, usou a teleobjetiva para produzir uma grande foto cujo impacto vem exatamente da redução da profundidade. O sul-africano Kevin Carter foi colhido por uma polêmica em 1994, quando conquistava um dos maiores prêmios do jornalismo internacional, o Pulitzer.
Carter era parte de uma turma de jovens e audazes fotógrafos brancos, nascidos na África do Sul do apartheid, que se destacara na cobertura dos conflitos que quase resultaram em guerra civil na transição para a democracia multirracial criada sob o governo de Nelson Mandela, no início dos anos 1990.
Kevin e seus amigos estavam sempre a postos para testemunhar casos de violência, conforme conta o "Clube do Bangue-Bangue" [trad. Manoel Paulo Ferreira, Companhia das Letras, 344 págs., esgotado], escrito por dois deles, Greg Marinovich e João Silva.
Carter foi para o Sudão em março de 1993, para documentar a guerra civil entre tribos cristãs e o governo islâmico. Lá, fez uma foto muito impressionante num acampamento de refugiados: um menino subnutrido à beira da exaustão é observado por um abutre que parece esperar sua morte.
A foto é chocante. Publicada pelo "New York Times", correu o mundo. No ano seguinte, ganhou o Pulitzer de fotografia, o que deflagrou uma intensa polêmica: o que ele fez para salvar a criança? Como fotógrafo, buscou a foto chocante em vez de espantar o bicho?
A polêmica, porém, é toda imotivada: a foto sugere algo irreal. Há uma ilusão de óptica: a imagem foi feita com uma tele de 180 mm, que distorce a perspectiva. O abutre parece estar mais perto, o que dá a falsa impressão de espreita.
Carter caiu em depressão meses depois de receber o prêmio e veio a se matar no mesmo ano. Sua foto é um exemplo de como a aura de pecado se abate sobre quem não segue o mandamento de Capa.
NAVALHA
A administração da distância é o fio da navalha sobre o qual se move o fotógrafo: se fica muito longe, não consegue uma cobertura "quente"; se chega muito perto, corre perigo de morte. Ao mesmo tempo, a proximidade expõe ao risco de produzir um retrato parcial do conflito.
O senso comum fixou a ideia de que o risco é inerente à fotografia de guerra, uma vez que ela só poderia se realizar a pequena distância do fato, o que muitas vezes implica risco de morte ou parcialidade. A tensão entre proximidade, risco e adesismo se cristalizou no cinema em filmes que têm fotógrafos como personagens, como "Sob Fogo Cerrado" (1983), de Roger Spottiswoode, "Salvador, O Martírio de um Povo" (1986), de Oliver Stone, e "Antes da Chuva" (Milcho Manchevski, 1994).
Mas uma análise dos equipamentos e da técnica fotográfica revela que a necessidade de proximidade em relação à fonte do risco de morte é falsa. O exemplo mais conhecido é a cobertura de eventos esportivos. A fotografia esportiva mostra que hoje já é possível retratar as cenas com precisão sem chegar tão perto.
EVOLUÇÃO
Depois de anos de uma evolução estética que resultou em fotos absolutamente fechadas (em vez de um gol, o fotojornalismo dos anos 80-90 tentava mostrar detalhes como a expressão facial do autor do gol ao chutar), a foto esportiva vem recuperando os planos abertos, que permitem ver as jogadas e seus contextos.
Paralelamente, a evolução dos equipamentos, com a fotografia digital superando a resolução dos filmes químicos, torna possível, por exemplo, captar a imagem de um campo de futebol inteiro e recortar da imagem a cena específica que interessa publicar.
Essa possibilidade técnica, no entanto, tem sido refutada sob o argumento de que pode significar falseamento. É uma decisão coerente com o mandamento de Capa, mas que não se justifica à luz da técnica em si, e possivelmente nem da ética, caso se compare o ganho, com a redução de mortos e feridos, com os riscos de eventual adulteração da imagem (até porque os registros que a câmera eletrônica produz sobre seus fotogramas são detalhados como um RG e podem ser usados para conhecer as alterações feitas no original).
Da mesma forma que nos estádios olímpicos, os recursos técnicos já poderiam dar aos repórteres fotográficos a chance de documentar cenas de conflito sem necessariamente se aproximar tanto de seu objeto.
Então, por que morrem tantos fotógrafos de guerra? Morrem por uma ideologia.

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¨¨¨Landisvalth Blog: Ativistas do Femen dizem que corpo é "arma poderos...: Elise Barthet - do Le Monde , na Ucrânia e do UOL. Sasha Chevtchenko exibe seu peito como se brandisse uma arma em punho. Esbelta, or...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Alumiar fala sobre o coquetel de lançamento do livro “PROSA POÉTICA IMPURA”, de Maurício Ramonnd


O escritor, Maurício Ramonnd, realizou – com o apoio do grupo Alumiar, representado por Douglas Alves – no dia 28 de janeiro de 2012, na Biblioteca Municipal de Fátima-BA o Coquetel de Lançamento do seu segundo livro, “Prosa Poética Impura”, que tem como mote os fazeres, pensares e viveres dos que ousamos chamar de “catingueiros”. E que faz parte da coleção Desavessos, composta por mais outros dois títulos: “Pequenas Verdades Distraídas” e “Descontraços”.



O referido coquetel contou com a participação ímpar da Equipe do Farol do Conhecimento que devidamente uniformizada – vestindo camisas com a capa do livro estampada – abrilhantaram o evento. E do professor Marcos José que, voluntariosamente, assumiu o papel de Mestre de Cerimônias da noite. Agradeceu a presença dos que lá estavam, apresentou os cantores, Valter Oliveira e João Ricardo, que engradeceram o evento com um repertório digno e coerente; convidou os presentes a declamar alguns poemas do livro, de modo que, vale destacar, as belas leituras empreendidas por Andreia Reis Araújo (Coordenadora Pedagógica Municipal), Fábio Reis Araújo (Secretário Municipal de Administração), Francisco de Assis (licenciado em letras), Cláudia Sousa Santos (Ex-diretora e atual professora do Colégio Estadual Luiz Eduardo Magalhães), Eulane (professora da rede municipal), Jucimar (servidor da Secretária Estadual de Educação da Bahia), Amauri (acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da UFS).

Contudo, a noite ainda teve a fala do escritor que comentou sobre o processo de confecção do livro: “Apresentando de maneira precisa e consciente uma indagação-inquietação-existencial sobre o fazer poético: “Por que escrever um livro? E ainda por cima de poesia?”, sem perder o encantamento ainda utópico com a linguagem recorreu a Leminski para dizer: “A aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê?”. E encerrou o evento autografando os vários exemplares que foram vendidos durante a noite.
Conquanto, em relação ao livro, digo-vos que esse nos apresenta um poeta que não se acomodou, não cedeu à crise de pensamento que disfarça a preguiça e a falta de criatividade. “Prosa Poética Impura” vale a leitura!
Por: Grupo de Escritores “ALUMIAR” Associação Lumiar da Razão. 

Metinides: A arte fotográfica da tragédia

Enrique Metinides
Jesus Barber eletrocutado
Em espanhol, se fala de "notas rojas". Notícias vermelhas. Algo do tipo "espreme que sai sangue". A parte das notícias policiais, só com tragédias exploradas ao máximo pra vender mais jornal. E tem gente que gosta.
Mas o trabalho de Enrique Metinides consegue mostrar alguma humanidade nas cenas de tragédias, de mortes, da degradação. A foto que mais me chamou a atenção foi essa (a 2ª) de Jesus Bazaldua Barber, técnico de telefonia, eletrocutado por mais de 60 mil volts, em Toluca, em 1971. A foto até parece bonita num primeiro momento, se não se levasse em conta que se trata de um homem morto na imagem.  
Jaralambos Enrique Metinides Tsironides (nascido em 12 de fevereiro de 1934) é um mexicano fotógrafo conhecido por seus retratos austeros e muitas vezes terrível da vida na Cidade do México . Ele trabalhou como fotógrafo 1949-1979 como parte da "Nota Roja" (ou "notícias sangrentas"), tirando fotos de impedimento de crime, homicídio, acidentes de avião e outros desastres para tablóides da Cidade do México.
Metinides Enrique nasceu em uma família de imigrantes gregos na Cidade do México em 12 de fevereiro de 1934. Ele publicou sua primeira foto com a idade de 12, o que lhe valeu o apelido de "El Niño" ("o menino"). 
Um ano mais tarde, tornou-se um estagiário não remunerado ao abrigo do repórter policial para o tablóide jornal La Prensa. Metinides começou suas fotos da carreira de crime e desastre para La Prensa. 
Ao longo de sua vida, ele tirou milhares de fotos que foram publicadas no La Prensa, Alarma e Crimen. Muitas vezes é comparado ao fotógrafo americano Weegee, por suas descrições duras das realidades da vida urbana.
Seu trabalho tem sido mostrado em numerosas galerias, incluindo La Casa de América, Madrid, Espanha; Central de Arte Guadalajara, Guadalajara , México; Museu Statens de Kunst Copenhagen, Dinamarca; A Galeria dos Fotógrafos, Londres, Reino Unido e na Anton Kern Gallery, New York. Atualmente vive e trabalha na Cidade do México.
Com a colaboração do blog EM SUMA. 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

¨¨¨Landisvalth Blog: Camarote desaba, mata uma pessoa e fere onze em Al...

¨¨¨Landisvalth Blog: Camarote desaba, mata uma pessoa e fere onze em Al...: Mario Bittencourt – da Sucursal de ATARDE em Eunápolis Estrutura metálica não suportou o forte vento (foto: Fernando Amorim - Ag. A ...

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Ana Dalva News: Enquanto “seu” Momo não vai...: Landisvalth Lima Enquanto a folia momesca ajuda muitos brasileiros esquecer os problemas do país e me permit...

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¨¨¨Landisvalth Blog: Investir mais em educação não garante resultados m...: “Dinheiro não pode comprar um bom sistema educacional”. “Países com os melhores resultados são aqueles que mais investem em seus professor...

Brasil importa livro didático


Custo de produção local leva o País a ampliar compras de países como China e Índia, com prejuízos para o emprego no setor gráfico
Marcelo Rehder, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - O avanço das importações chegou ao mercado de livros didáticos. Nos bancos escolares, os estudantes brasileiros estão estudando em livros impressos na China, Índia, Coreia, Colômbia e Chile.
Em 2011, editoras que fornecem material para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do governo federal, ampliaram em quase 70% as encomendas no exterior, estimam empresários da indústria gráfica. Os motivos são o câmbio e o custo Brasil.
Principal cliente para as gráficas do segmento editorial, o governo responde por 24,4% das compras de livros no País, que somam cerca de R$ 4,5 bilhões. No ano passado, o governo fez uma compra recorde de 170 milhões de livros didáticos para o ano letivo de 2012.
Segundo Fabio Arruda Mortara, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), as editoras foram às compras no exterior, com base no argumento de que as gráficas editoriais brasileiras não teriam condições de entregar todas as encomendas dentro dos prazos estabelecidos nos editais.
A consequência disso foi que boa parte das gráficas trabalhou com alguma ociosidade a partir do segundo semestre de 2011, período em que elas costumam rodar livros didáticos. Em dezembro, representantes dos empresários e dos trabalhadores foram ao Ministério da Educação expor a preocupação com o crescimento nas importações.
"Já estamos perdendo empregos", diz o presidente da Abigraf. A indústria gráfica investiu US$ 5 bilhões no Brasil nos últimos quatro anos. Um empresário paulista, que pediu para não ser identificado, conta que demitiu 300 empregados nos últimos dois meses, o equivalente a 25% no quadro de pessoal. Além disso, engavetou um projeto de investimento US$ 20 milhões previsto para este ano. "Eu estava comprando uma máquina de 64 páginas e agora não tenho mais condições", diz o empresário.
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), José Carlos Wanderley Dias de Freitas, que participou de uma das reuniões com empresários e trabalhadores do setor, disse ao Estado que o órgão não tem informações diretas sobre aumento nas importações de livros didáticos.
Custo. "A relação de contrato do CNDL é com as editoras e a impressão do livro didático não é uma questão nossa", argumentou Freitas. "Se a editora vai fazer a impressão no Brasil, na China, na Europa ou na América do Sul, é um problema dela."
O avanço das importações não aparece nas estatísticas oficiais porque não existe posição aduaneira específica para o livro didático. Mas a indústria gráfica tem algumas sinalizações sobre o tamanho da encrenca. Uma delas é que, até 2010, as importações de livros medidas em dólares e em toneladas caminhavam praticamente juntas. No ano passado, porém, a quantidade de títulos do exterior saltou 62%, para 31,1 mil toneladas, enquanto o crescimento em valor foi de apenas 27%, para R$ 175,8 milhões.
Na avaliação dos empresários do setor gráfico editorial, o descolamento se deve a um forte aumento na compra de livros didáticos, que custam bem menos que a grande maioria dos livros importados pelo País.
A presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine Pansa, prefere não tomar partido no debate. Ela fez questão de ressaltar que a entidade defende os valores éticos do mercado, mas não interfere nas questões comerciais das editoras.
"Gostaríamos que houvesse menos importações em todos os segmentos, não só o livreiro, para o bem do desenvolvimento do Brasil". E acrescenta: "Sabemos que os editores estão buscando a possibilidade de impressão em outros países porque o custo Brasil é prejudicial nesse momento à produção nacional".

¨¨¨Landisvalth Blog: Falência do Dnit gera corrupção e atraso no PAC

¨¨¨Landisvalth Blog: Falência do Dnit gera corrupção e atraso no PAC: Gestão. Auditor nomeado vice-chefe do órgão levantou dados que comprovam impossibilidade de atingir eficiência na área de Transportes e co...

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Guinsburg e Tévye, o Leiteiro


Aos 91 anos, o crítico teatral, ensaísta e fundador da editora Perspectiva Jacó Guinsburg dá sequência ao antigo projeto de publicar autores de literatura ídiche, lançando o clássico 'Tévye, o Leiteiro', de Scholem Alekhem, com tradução sua
Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S.Paulo
J. Guinsburg (foto: Márcio Fernandes)
Ao fundar a Editora Perspectiva, em 1965, o professor, crítico teatral, tradutor, ensaísta e editor Jacó Guinsburg tinha dúvidas se iria sobreviver num mercado com pouco interesse pela cultura judaica e pelo teatro - duas de suas maiores paixões. Aos 91 anos, em plena atividade, o diretor-presidente da Perspectiva anda às voltas com a tradução da gramática hebraica que o filósofo Baruch Spinoza deixou incompleta. Professor emérito da USP, Guinsburg fez do teatro a área nobre de sua editora. Quase 200 obras - um quinto do seu catálogo - são dedicadas a ensaios sobre mestres como Stanislavski, Brecht, Pirandello e Beckett. Agora, dois novos títulos ampliam esse catálogo, Teatro Espanhol do Século de Ouro, coletânea organizada por Guinsburg e Newton Cunha, e Tévye, o Leiteiro, de Scholem Aleikhem (1859-1916), traduzido pelo editor.
Por uma dessas coincidências, Tévye, o Leiteiro chega às livrarias um mês antes da estreia, em São Paulo, do musical baseado no livro de Aleikhem, Um Violinista no Telhado, montagem da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho (dia 22 de março, no Teatro Alfa). Tévye, no entanto, é mais que o personagem de um popular musical da Broadway (gênero descendente do teatro ídiche) e do filme homônimo, de 1971, vencedor de quatro Oscars, que consagrou o ator Chaim Topol como o leiteiro exilado em decorrência de um decreto do czar que o obriga a deixar sua aldeia. Ao escrever a história de Tévye, um dos grandes personagens da literatura ídiche, Aleikhem (ou Sholem Aleichem, que em hebraico significa "a paz esteja contigo") antecipava o próprio destino, pois foram os constantes pogroms na Rússia que levaram o escritor a se instalar em Nova York.
Ao se estabelecer nos EUA, Aleikhem já era um dos principais representantes da literatura ídiche, tendo produzido, até 1890, mais de 40 livros no vernáculo dos judeus do Leste Europeu- que conquistou o território do hebraico litúrgico. A obra de Aleikhem, diz Guinsburg, é a expressão fidedigna da vida judaica no chamado "schtel", povoado em que viviam os judeus na Europa Oriental. Ao retratar as mudanças por que passaram seus habitantes no fim do século 19, desafiados pela nascente modernidade, Aleikhem fez desse confronto uma parábola sobre os acontecimentos revolucionários que iriam mudar a face da Rússia czarista no século 20.
"Não é preciso lembrar que a participação dos judeus nos movimentos socialistas europeus do século passado foi enorme", diz Guinsburg, observando, porém, que Aleikhem não era um escritor engajado, embora fosse simpático ao sionismo. Ele defendia as causas populares de outra forma, usando uma narrativa paródica que permitia ao homem do "schtel" se ver refletido no espelho literário de obras como Tévye, o Leiteiro. Nela, o protagonista interage com o autor e acaba se impondo, oferecendo ao leitor a imagem do judeu maltratado pelo russo e, finalmente, isolado na própria comunidade em que vive - até pelas próprias filhas, avessas às tradições judaicas.
Ao contrário das filhas de Tévye, Jacó Guinsburg é reverente à cultura judaica, embora seja um judeu laico. Foi com a Coleção Judaica, série de 13 volumes dedicados a ela, que começou a Perspectiva, vendendo em pagamentos parcelados um produto que ainda não existia para compradores que acreditaram nele. O editor cumpriu o compromisso em quatro anos, publicando integralmente a coleção, que ganhou um volume adicional. Guinsburg dividiu-o em dois: o primeiro sobre o estudo da oração e o segundo sobre a relação dos judeus com a modernidade. No entanto, ficou a frustração de uma segunda etapa planejada para a coleção, que seria dedicada aos melhores autores de origem judaica. Vale lembrar que Guinsburg foi o primeiro editor de Isaac Bashevis Singer (1902-1991) no Brasil, 30 anos antes da consagração do escritor americano de origem polonesa com o Nobel de 1978.
O editor traduziu sua coletânea Joias do Conto Ídiche na primeira editora que fundou, a Rampa, fechada em 1947 com apenas quatro livros no catálogo. O motivo, além da falta de capital para continuar o negócio, era o pouco interesse do mercado por obras como essa. Naquele época, autores judeus eram pouco lidos no Brasil - e continuam sendo, excetuando-se os mais evidentes. O projeto de publicar a coleção literária judaica foi, então, adiado. "Nomes como (Isaac Leib) Peretz e Scholem Aleikhem estão por trás da grande literatura de Bashevis Singer, mas são pouco conhecidos dos leitores brasileiros", observa Guinsburg, citando uma dezena de outros autores na mesma situação, entre eles Moshe Shamir, Mêndele e Agnon, primeiro escritor israelense a receber o Nobel (em 1966). Ele ainda não havia sido agraciado com o prêmio quando Guinsburg comprou os direitos de Novelas de Jerusalém, um dos três livros seus publicados pela Perspectiva (os outros dois são Contos de Amor e Uma História Simples).
Por essa época, o editor vivia das aulas de crítica teatral na Escola de Arte Dramática (EAD) da USP, onde iniciou a carreira de professor em 1964, e colaborava com regularidade no Suplemento Literário do Estado, que se tornaria o principal órgão de divulgação da literatura ídiche e do teatro russo (no qual Guinsburg, nascido na Bessarábia, hoje Moldávia, é especialista). Por ter estudado filosofia na Sorbonne, o editor, convidado pelo engenheiro têxtil Paul -Jean Monteil, trabalhou durante dez anos na editora que o empresário francês, ex- funcionário da Rhodia, fundou após o fim da 2.ª Guerra, a Difel (Difusão Europeia do Livro), antes de criar a Livraria Francesa. Guinsburg lembra do fim da editora, que depois se transformou na Bertrand Brasil e hoje pertence ao grupo Record. "Monteil era um socialista e praticamente incentivou a greve dos seus funcionários, que acabou no fechamento da Difel". Ele permaneceu na editora até as portas descerem, em 1966, traduzindo e organizando coleções como as de Diderot, mais tarde reeditada duas vezes (a última na Perspectiva).
Guinsburg pretendia criar na Difel a Coleção Debates, por meio da qual a Perspectiva acabou se firmando como a casa dos grande ensaios literários e filosóficos, mas se desentendeu com Monteil e levou o projeto para sua editora recém-formada. "Ela começou como uma sociedade fechada com muitos sócios, entre eles Celso Lafer e José Mindlin, que nos ajudou em muitos momentos de crise, como nos anos 1970, quando quase fomos à bancarrota."
Tudo isso porque a ampla visão editorial de Guinsburg brigava com a empresarial. Um dos primeiros autores da Coleção Debates - dedicada a ensaios fundamentais nas áreas de artes, literatura, filosofia e linguística, entre outras disciplinas - foi Umberto Eco, que, nos anos 1960, ainda não era o autor do best-seller O Nome da Rosa (1980), mas um semiólogo para poucos. Guinsburg foi o primeiro editor brasileiro a publicá-lo na coleção (começando com Obra Aberta, de 1962). Outros grandes nomes da série Debates - Anatol Rosenfeld, Margaret Mead, Roman Jakobson, Martin Buber, Abraham Moles, Gershom Scholem - pertencem ao Olimpo acadêmico, mas não são propriamente campeões de venda. Scholem, amigo de Walter Benjamin, era desconhecido no Brasil antes de Guinsburg publicar livros como De Berlim a Jerusalém. Martin Buber é outro exemplo de autor introduzido aqui graças à Perspectiva. "Porém, os lançamentos de seus livros eram praticamente ignorados pela mídia", lembra o editor, cuja formação foi bastante curiosa.
Sem falar línguas estrangeiras, mas lendo em inglês, francês, espanhol, alemão, hebraico e ídiche, ele decidiu se aprofundar nos estudos filosóficos, iniciados (com a leitura dos materialistas históricos) quando ainda era adolescente. Esse interesse se expandiu quando seu caminho se cruzou com o do crítico Anatol Rosenfeld (1912-1973). O teórico, que na época dirigia a seção de letras germânicas do Suplemento Literário do Estado, deu uma palestra da qual Guinsburg saiu encantado. Ficaram amigos e Rosenlfeld acabou indicando seu nome para dar aulas na Escola de Arte Dramática da USP, criada em 1948 por Alfredo Mesquita. "Frequentei durante 14 anos os cursos de Estética de Rosenfeld, até 1972, um ano antes de sua morte". Foram aulas bem aproveitadas, a julgar pela coleção de Estética de sua editora, que abriga autores como Theodor Adorno e Max Bense.

Se a influência de Rosenfeld foi decisiva na maturidade, na infância foi um professor trotskista que jogou nas mãos do menino Jacó livros de autores esquerdistas. Vindo da Bessarábia com 3 anos, ele frequentava na adolescência o clube judeu Cultura e Progresso no Bom Retiro, depois transformado na Casa do Povo. "Devia ter 12 ou 13 anos quando assisti a uma peça antirreligiosa em plena época das festas judaicas", conta, rindo. Entre descendentes de imigrantes italianos e filhos de soldados da PM ele cresceu, assistindo depois aos clássicos de Shakespeare e lendo o que ele chama de "literatura de combate" (Gorki e outros escritores russos comprometidos com a revolução que derrubaria o czar). Guinsburg poderia ter acabado na política, mas seguiu outro caminho. Ganharam os leitores. A Perspectiva ostenta hoje um catálogo de 1.000 títulos e entra o ano com o projeto de publicar outros 50 até 2013. O editor não pensa em parar. Nem em vender sua editora, comandada por ele e a esposa Guita, com quem é casado há meio século.
TÉVYE, O LEITEIRO
Autor: Scholem Aleikhem
Organização, tradução e notas: Jacó Guinsburg
Ilustrações: Sérgio Kon
Editora: Perspectiva (272 págs., R$ 55)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Joilson Costa e os Destaques 2011


Evento aconteceu no Mona Pizza e a vereadora Ana Dalva, do PPS de Heliópolis, foi o destaque político regional.
Joilson Costa ao lado de Ana Dalva, ladeados por Bernadete, Jorge Souza, Augusto e Héstia Raissa
Prof. Landisvalth, Zé Grilo e Ana Dalva
Júnior Banzaê, Landisvalth e Dr. Jairo
     Com as presenças do prefeito de Ribeira do Pombal José Lourenço Júnior (Zé Grilo), do vice-prefeito Dr. Jairo Monteiro, dos vereadores Elias Brasil, Nathan Brito, Ricardo Maia e Berguinho, de jornalistas, radialistas, empresários, artistas, num concorrido evento ocorrido nesta segunda-feira, 13, o radialista Joilson Costa homenageou dez personalidades como Destaques do ano de 2011 na região de Ribeira do Pombal. O objetivo do comunicador, como disse na abertura do evento no Mona Pizza, foi homenagear personalidades que se destacaram em suas respectivas áreas de atuação.
     Os destaques regionais foram:
1- Fábio Gama (Fabinho), atleta pombalense do Bahia, pelo sucesso em 2011 e por sua ascensão ao time principal.
Apolo, Joilson Costa e Dory Casa Nova
2- Dory Casa Nova, cantor e compositor, pela qualidade do seu segundo CD.
Joilson Costa entrega o diploma a Misael
3- Misael Antônio de Souza, benfeitor da comunidade em que nasceu, povoado Pedra, com a criação, entre outras, de uma biblioteca na localidade.
Joilson Costa e Dona Fátima
4- Dona Fátima Bitencurtte, Fundação Nossa Senhora de Fátima, FUNSEF, pela construção da sede da entidade.
5- Vereadora Ana Dalva Reis, de Heliópolis, pelo dedicado cumprimento do papel de legisladora e fiscalizadora. No seu discurso de agradecimento a Joilson Costa, aproveitou a oportunidade para lançar sua pré-candidatura a prefeita do município de Heliópolis.
6- Nobre Delicatessen, pela coragem e grandeza do investimento recém-inaugurado.
Marcos Planta recebe diploma pela luta contra alcoolismo
7- Marcos Planta, pela dedicação à frente da Casa dos Alcoólicos Anônimos, em Tucano, frequentada por inúmeros pombalenses que tentam se livrar do alcoolismo.  
Dr. Alexandre Nobre e Joilson Costa
8- Dr. Alexandre Nobre, médico, pela implantação da moderna Clinica Viva.
Júnior (Presidente do SISMUB) e Joilson Costa
9- José Alfredo Junior, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Banzaê, SISMUB, pela luta em busca dos direitos dos servidores do município.
10- Renilson Conceição, da RC Box, pelo sucesso profissional com a inauguração recente da sua sede própria.
Trio de Albertino reviveu Gonzaga

     O evento teve início por volta das 21 horas e contou com apresentação teatral e trio de forró pé-de-serra. O intuito era também prestar uma homenagem a Luís Gonzaga que, se estivesse vivo, faria 100 anos. Para isso, Zé Dudu e o cantor Albertino Gonzaga só cantaram sucessos de Rei do Baião. Joilson Costa é atualmente um dos principais profissionais da imprensa regional, e realizou o evento como parte das comemorações de 24 anos de trabalho e dedicação ao rádio pombalense. Todas as manhãs, na Pombal FM, é o apresentador do Programa Rádio Revista, líder de audiência no horário. Ainda no evento, Joilson Costa entregou ao prefeito de Ribeira do Pombal alguns exemplares do livro A esquerda bastarda, do professor Landisvalth Lima, como doação para a biblioteca municipal.
     Com informações complementares da Folha Pombalense e do jornalista Jorge Souza, do jornal Impacto Notícias. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Revivendo a Guerra do Contestado IV


           A GUERRA
PARTE I
Do portal: HID0141 HISTORIA LICENCIATURA(http://hid0141.blogspot.com) – de EDSON DAY.
José Maria, O Monge - Líder dos camponeses na Guerra do Cointestado
      Os anos de 1912 a 1915 marcam a História de Santa Catarina com uma convulsão social armada que escreveu páginas de horror e de ódio no Vale do Iguaçu, ao Norte; pelo Planalto de Lages, no Centro-Sul; e nas terras de todo o Meio-Oeste. As bases do conflito sangrento se estruturaram ao redor de uma legião de fanáticos religiosos composta por agregados das fazendas dos coronéis; por ex-operários demitidos ao terminar a construção de uma estrada de ferro; por “sem-terra”, ex-posseiros varridos dos seus lotes; por ervateiros sem erva para colher; por dezenas de pequenos proprietários expulsos de seus pinheirais; e por gente que perdeu seu pequeno negócio. Toda essa gente cabocla, fora das leis da economia agropastoril, vive na região do Contestado, uma “terra de ninguém”, marcada pela persistência de uma velha rixa de 150 anos entre o Paraná e Santa Catarina, com a autoridade discutindo se os limites geográficos devem ou não ser molhados pela margem esquerda dos rios Negro e Iguaçu.
DILEMAS DE UM CONFRONTO ARMADO
Conflito social, revolução, banditismo
Nos primeiros anos deste século, o Vale do Iguaçu, o Planalto de Lages e o território do Meio-Oeste de Santa Catarina são atingidos por uma convulsão social armada que aniquila a convivência entre os diferentes grupos humanos e desmonta a vida econômica de toda a região. As bases do conflito se estruturam ao redor de uma legião de agregados nas fazendas dos coronéis; de ex-operários demitidos da construção de uma estrada de ferro; de posseiros varridos do lote que ocupam; de ervateiros sem erva para colher; de pequenos proprietários que perderam seus pinheirais. E de toda a espécie de gente fora-da-lei porque vive nas terras contestadas pela velha rixa de 150 anos entre o Paraná e Santa Catarina, por conta dos limites geográficos. Todos esses miseráveis, filhos de Caim, encontram esperanças e abrigo nas prédicas e nos remédios que o andarilho José Maria vai distribuindo pelas veredas empoeiradas de todo o Contestado. Um dia, o andarilho, transformado em monge, e um grupo de devotos resolvem acampar no cantão de uma fazenda cedida pelo proprietário, entre Curitibanos e Campos Novos. A incômoda presença dessa pequena legião de excluídos socialmente é tomada como o início de um possível conflito social e coloca em sobressalto as autoridades de Florianópolis, de Curitiba e do Rio de Janeiro. Curitiba conclui que o acampamento é uma estratégia de Santa Catarina para garantir a posse de um território que não lhe pertence. O Exército Nacional, por sua vez, se apavora diante da perspectiva do surgimento de um Canudos aqui no Sul. E Florianópolis teme um enfrentamento entre os coronéis e os caboclos. A tática de dissolver a organização da miséria pela força das metralhadoras e das balas do canhão transforma o presumido conflito social e político numa revolução entre as Forças Armadas e o povo. E descamba na lógica de um banditismo descontrolado, uma guerra de guerrilhas que ainda não foi devidamente bem-contada.
RESISTINDO A FACÃO
Depoimento de João Maria Palhano, filho de jagunço, “gente valente”.
“A guerra quase nos matou de tanta fome. Não fosse a caça e o gado encontrado nas propriedades ninguém tinha resistido. Do jeito que os mais velhos contaram, aqui em Taquaruçu tinha um acampamento igual aos dos colonos sem-terra que andam por aí ocupando fazendas. Era gente chegando de todas as partes. As forças do Exército queimaram tudo - a igreja, as casas, o armazém. Foi tudo pelos ares. Não ficou quase nada. Dentro da capelinha tinha uns parentes nossos. Eles arderam no fogo. Também tive uns tios que morreram no combate do Irani. Se meu pai não se escondesse no mato, todos nós teríamos sido fuzilados pelos soldados. Eles não poupavam ninguém. Morreu gente barbaridade. Até bucha de canhão encontramos lá no local do reduto. Dentro tinha 157 bolas de chumbo. Cada bola que só vendo. Onde estourava aquilo, Nossa Senhora. Imagina o estrago que fazia. E os caboclos resistindo a facão. Como é que pode?”
APRESENTAÇÃO
A extensa região de Santa Catarina, serra acima e planalto afora, entre os rios do Peixe e o Peperiguaçu, continua praticamente despovoada até começos do século XX. Fazendas e pastagens são disputadas pelo gado, pelo agregado - o trabalhador que cuida das pastagens. Mas também pelo coronel, dono das terras, das pastagens e do agregado. Terras sem Deus, sem lei e sem rei - apesar de muitos coronéis -, nos anos 10 deste século, incendeiam a paisagem e todos os homens do lugar, com a revolta armada de uma legião de excluídos. Desde o começo da década a região é percorrida pelo andarilho José Maria. Ele distribui remédios, prega as verdades do Evangelho e prevê o fim do mundo para quem não se dedicar a Deus. Centenas de devotos grudam-se nos passos e nos sermões do andarilho transformado em monge. O monge e o grupo de fanáticos e seguidores instalam-se no quadro santo de Taquaruçu, município de Curitibanos. As autoridades se assustam com a reunião de tantos pequenos fazendeiros e peões e com o estranho comportamento do monge, que exige deles uma disciplina de convento e de quartel. José Maria e os fiéis seguidores cruzam o Rio do Peixe e se transferem para o Irani, nas terras que o Paraná afirma serem parte do seu território. As autoridades policiais e militares insistem que o grupo se desfaça. A reação é ostensiva e explode o enfrentamento armado. Durante quatro anos o Exército Encantado de São Sebastião reage, derrota, mata e morre. Em desespero, o Exército e a Polícia Militar de Santa Catarina e do Paraná aplicam o princípio da terra arrasada e da solução final, inclusive com a utilização de aviões. A Guerra do Contestado acabou como termina a noite: sem tratados, sem acordos, sem ata de rendição, sem vitória e sem glórias. O soldado regressa ao quartel. O revoltoso - sobrevivente aniquilado - ainda hoje se espalha pelas terras que lhe haviam custado quase todo o sangue.  
A GUERRA INÚTIL
Depoimento de João Paes de Andrade, o João Ventura.
“Eu falo a verdade sobre a Guerra do Contestado porque estive lá. Com os meus olhos avistei o povo, as lutas. Presenciei a organização dos redutos, onde os devotos do monge se abrigavam para uma espécie de vida em comunidade, obedecendo a uma disciplina misto de quartel e de convento. Bati tambor, puxei cânticos, ouvi rezas. Passei a vida contando esta história para meus filhos e meus netos. Espero que eles passem os fatos adiante para que os seus descendentes conheçam a história da nossa gente. A luta não valeu os sacrifícios. Não prestou para nenhum dos dois lados. Foi um banditismo. O governo com aquelas armas de fogo. Os caboclos com paus e facões. Algumas vezes se conseguia armas de fogo. E, aí, os estragos não respeitavam ninguém. Meu pai era um homem rico. Foi morto numa tocaia. Mesmo depois de tudo passado, ficava a raiva entre as pessoas. Eu, pelo menos, não consigo esquecer. O fim da guerra não acabou com o ódio entre as pessoas. Muita gente ficou do lado dos caboclos. Mas muitos outros ficaram com o governo. Nossa família perdeu tudo o que tinha. Meu irmão foi capitão a favor dos jagunços. Ele chamava-se Guilherme. Era um homem valente. Tudo não adiantou nada.
DÚVIDAS E INCERTEZA
De uma crônica do Jornal do Comércio, de Curitiba, 5 novembro, 1864.
“Muitos paulistas empreendedores, depois de insano fatigante trabalho, depois de repetidas tentativas, descobriram afinal os Campos de Palmas, que lhes aumentaram as posses. Quais Colombos em miniatura hastearam no solo virgem das pegadas da civilização o estandarte da conquista feita aos selvagens. Estabelecido o direito de propriedade, dividiram proporcionalmente o achado e entraram na posse das novas terras. Não edificaram por lá ‘novo império que tanto sublimaram’, mas construíram palhoças que são hoje, se não sublimes, pelo menos importantes fazendas de criação de gado. Com o suceder dos anos, as posses foram transferidas a outros, divididas e subdivididas. E os campos povoaram-se com rapidez. Se para a descoberta dos Campos de Palmas só concorreram os paulistas, a que província deverão eles ficar pertencendo, especialmente não existindo limites? O bom senso responde. Os habitantes ali domiciliados ficaram sujeitos às autoridades de São Paulo e, a partir de 1853, às do Paraná. A presunção de direito, proveniente da posse sobre as terras de Palmas, tem que ser respeitada, porquanto, o que existe são dúvidas e incertezas sobre os verdadeiros, os justos e os convenientes limites, ainda não firmados.”
O ESTADO-ILHA
Parte de um discurso pronunciado na Assembléia Legislativa Provincial de Santa Catarina, na sessão de 10 de março de 1880, pelo deputado Eliseu Guilherme da Silva.
“O assunto principal, cada vez mais importante, cada vez mais vital e inadiável, porque o adiamento importa em longos anos de atraso e de miséria para a nossa pobre terra, prende de há muito a atenção desta província, clamando por uma solução. Trata-se de uma questão clamorosa e que brada aos céus pela injustiça altamente revoltante que encerra contra nós. É a velha questão de limites com a Província do Paraná. É essa espoliação, é essa tentativa de esbulho do nosso território, atentado inaudito, que fez um representante do Paraná, juntando o escárnio à afronta, exclamar em plena Câmara dos Deputados: “A Província de Santa Catarina seria muito feliz se o seu território se limitasse ao Desterro”. Esta proposição demonstra até que ponto levam os paranaenses as suas pretensões de absorção. Eles julgam-nos tão miseráveis, ou tão desprotegidos que entendem que seremos muito felizes se o nosso território se limitar somente à Ilha onde está localizada a Capital. Realmente, esbulhada a Província de Santa Catarina do seu centro em favor do Paraná, ela será muito feliz se a limitarem só ao Desterro. Figurai-vos, porém, a província circunscrita a esta Capital ou pouco mais, depois da absorção, e vede se ela poderá continuar a ocupar a categoria de província, se terá recursos para isso, se não terá de desaparecer. Aquele deputado, pois, concluiu muito bem dizendo que seremos muito felizes se, após a absorção do centro pelo Paraná, ficar a província reduzida somente ao território da Capital, será ela muito feliz se de todo não desaparecer. Ante tão terrível ameaça não podemos cruzar os braços; trata-se de defesa própria, trata-se de manter o império da lei. É a lei, e principalmente a lei fundamental do Estado, a Constituição do Império, que garante à Província de Santa Catarina a integridade de seu exígüo território, como já o demonstrou brilhante numa importante série de artigos, que correm impressos, o nosso distinto colega doutor Mafra. Cumpro, pois, um dever vindo a esta tribuna, para tratar de tão grave assunto, reclamar o cumprimento da lei em prol de nossa desditosa província, que se fosse grande e poderosa, se ela se impusesse, como suas vizinhas, não se veria tão menosprezada, nem sob o terrível vaticínio, a que há pouco me referi, do deputado paranaense. Infelizmente parece uma verdade que, até com relação às províncias, a lei deixa de ser igual em seus efeitos quando se trata de grandes e pequenas.”
A CLAREZA DAS CONFUSÕES
Felipe Schmidt assume o governo do Estado em 28 de setembro de 1898 disposto a encontrar uma definitiva solução para o eterno problema dos limites com o Paraná.
Como primeira medida, o novo chefe do Poder Executivo autoriza a Procuradoria-Geral do Estado a contratar o advogado Manoel da Silva Mafra para dar entrada no Supremo, com uma ação de reivindicação, obrigando o Paraná a afastar-se do território em litígio. Na segunda mensagem de governo ao Congresso Representativo, em 11 de agosto de 1900, Felipe Schmidt informa: “O Paraná não tem toda a necessária calma para aguardar a solução legal à questão. Autoridades invadem o nosso Estado; concedem terras; assaltam uma fábrica de rótulos em Papanduva; criam agência fiscal na Estrada Dona Francisca.” Em 6 de janeiro de 1901, Manoel da Silva Mafra entra no Supremo Tribunal Federal com a ação reivindicatória na qual o jurista comprova a clareza dos títulos legais com que Santa Catarina confirma seus limites, pelos três rios, desde os tempos da Colônia. E demonstra a confusão em que anda metido o vizinho, com respeito aos seus limites, que nunca foram caracterizados concretamente: ora é um rio; ora, outro; às vezes, uma serra; outras vezes, uma outra. Para o conselheiro Mafra, às terras que o Paraná exige não se aplica o direito de propriedade pela posse mansa e pacífica. A posse, pela força, dos territórios em litígio, sempre fora contestada por Santa Catarina. Pelo Acórdão de 6 de junho de 1904, o Tribunal entendeu ser competente para tomar conhecimento da questão porque os limites, desejados por Santa Catarina, foram estabelecidos, através dos tempos, por quem podia fazê-lo. “O Tribunal resolve a questão nos termos em que foi proposta. Trata-se de fazer respeitar limites que sempre existiram e não determinar limites, ainda não amparados em lei. Os catarinenses se baseiam em títulos históricos e jurídicos. E o Estado tem a seu favor os marcos naturais abertos pelos rios Negro e Iguaçu, ao Norte, e o Uruguai, ao Sul.Assim sendo, este Tribunal julga procedente a ação de reivindicação de Santa Catarina e condena o réu nas custas.” Com a decisão do Supremo, o Paraná permanece com um território de 221.139 quilômetros quadrados, e Santa Catarina, com 114.436. Se tivéssemos perdido a questão, aos catarinenses restaria um minguado território de 74.135 quilômetros quadrados, enquanto os 258.740 fartariam os paranaenses com todas as águas dos rios Negro e Iguaçu.
POVOAMENTO NOS LIMITES
Uma perigosa linha reta
A Guerra do Contestado finca suas raízes, primeiras raízes, há mais de 500 anos. Antes, portanto, de o europeu branco e conquistador desembarcar nas ilhas do Caribe - Cristóvão Colombo - ou de Pedro Álvares Cabral molhar os pés no litoral sul da Bahia. Essa raiz primeira foi adubada pelo acordo entre Portugal e Castela, atual Espanha, que resultou na existência, desconfortável para o Brasil, do célebre Meridiano de Tordesilhas. Diz frei Vicente do Salvador, na primeira História do Brasil, escrita em 1622: “Grandes dúvidas e diferenças se começavam a mover sobre as conquistas das terras do Novo Mundo. E elas haviam de crescer cada dia mais se os reis católicos de Castela, dom Fernando e dona Isabel, sua mulher, e el-rei de Portugal, dom João II, que as iam conquistando, não assinassem um acordo que fizeram entre eles.” O acordo entre as duas famílias reais, as mais poderosas do mundo à época, é a assinatura, em 7 de junho de 1494, do Tratado de Tordesilhas. Pelo documento, abençoado pelo Papa, “todas e quaisquer ilhas e terras firmes achadas e por achar, descobertas e por descobrir”, situadas a oeste de um meridiano que passasse a 2 mil quilômetros do Arquipélago de Cabo Verde, pertenceriam à Espanha. A decisão do papa Alexandre VI, dividindo o sul da Terra em duas fatias, uma para Portugal e outra para a Espanha, não apresenta como base jurídica o chamado direito de conquista ou de descobrimento, equivalente ao primeiro ocupante. O que vale para o Acordo de Tordesilhas foi a assinatura de um tratado solene, entre dois países, sancionado pelo Sumo Pontífice que, então, perante as potências cristãs da Europa tinha para as mesmas a força e o prestígio de um direito, a que elas próprias se haviam sujeitado. O fato de Portugal declarar como suas terras ainda não descobertas, ou não “achadas”, para respeitar a linguagem da época a milhares de quilômetros mar afora, comprova que em 1494 julgava-se mais do que possível a existência de algumas terras mais para a esquerda da linha de demarcação. A existência comprovada dessa grande extensão de terra presumida teve-a dom João II através do primeiro parágrafo da carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral. “Posto que o capitão-mor desta vossa frota e assim os outros capitães escrevam a vossa alteza a nova do achamento desta vossa terra nova que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a vossa alteza assim como eu melhor puder, ainda que para bem contar e falar o saiba pior que todos fazer”. A bendita linha imaginária reduzia o atual território brasileiro às terras situadas a leste de uma reta que ligava Belém, ao norte, e Laguna, ao sul. Antes de existir legalmente, Santa Catarina reduzia-se a um apertado retângulo de terras, com menos de 10 mil quilômetros quadrados, com 300 quilômetros de comprimento e com 20 de largura. É muito pouca terra. Alguém será obrigado a ceder território, mesmo que já esteja abençoado pelo Papa.
SERTÕES ADENTRO
Em 1549, o navegador espanhol Alvaro Nuñez Cabeza de Vacca, nomeado governador do Paraguai, desembarca em São Francisco do Sul, Norte de Santa Catarina, para reabastecimento.
Por acaso, o navegador se encontra com dois padre jesuítas, que o convencem a realizar o resto da viagem a pé, sertões adentro, até Assunção. Os dois sacerdotes e um grupo de índios catequizados guiam a comitiva espanhola, composta por 250 pessoas. A comitiva embrenha-se nas florestas da Mata Atlântica, sobe a Serra Geral, acompanha os rios Negro e Iguaçu, atravessa o Rio Paraná e entra em Assunção, depois de uma caminhada de 99 dias. O fato espelha uma dupla leitura. Desde meados do século XVI, os jesuítas espanhóis estão em Santa Catarina. E, instruídos pelos índios, já haviam aberto um caminho terrestre entre o litoral atlântico e a capital do Paraguai, evitando o longo trajeto marítimo e fluvial que passava por Buenos Aires e depois subia os rios Paraná e Paraguai. É uma variante do Caminho de Peabiru, aberto pelos índios muitos e muitos anos antes da chegada dos jesuítas ao continente. No entanto, as relações entre portugueses e espanhóis, no Sul do Brasil, tornavam-se cada vez mais hostis. Isso porque exploradores paulistas, os temidos bandeirantes, não respeitam os limites impostos pelo Meridiano de Tordesilhas e varrem as terras pertencentes à Espanha em busca das minas de ouro e do braço indígena reunido pelos padres nas famosas “reduções jesuíticas”. Todo o sertão percorrido em 1549 pelo navegador Cabeza de Vacca constitui um território que a Espanha entregará a Portugal em 1777. Mas primeiro São Paulo e depois o Paraná impedem que a região integre o Estado de Santa Catarina. Assim começa a História da Guerra do Contestado.
COLONIZAÇÃO DAS TERRAS DE SANTA CATARINA
A História do Brasil, de frei Vicente do Salvador, escrita em 1627, esclarece que não há preocupação com a largura que a terra do Brasil tem no rumo do sertão, porque até aquele ano não houve “quem a povoasse”. É que, por negligência, os portugueses, grandes conquistadores de terras, não se aproveitaram delas, pois se contentaram apenas “de as andar arranhando ao longo do mar como caranguejos”. E, de fato, foi assim nos primeiros 250 anos de povoamento.
Em 1532, dom João III, rei de Portugal, distribui as terras do Brasil entre 12 protegidos do trono que receberam o título de capitães donatários. Claro que, com a medida, a Coroa se livra de novos gastos neste lado do Atlântico, uma vez que o povoamento de cada uma das capitanias, porque são hereditárias, deverá ser realizado às custas do novo proprietário. A capitania situada no Extremo-Sul do Brasil, Terras de Sant’Ana, foi entregue a Pero Lopes de Sousa, irmão de Martin Afonso de Sousa, que também recebeu um quinhão um pouco mais ao norte, o atual Estado de São Paulo. A carta de doação das Terras de Sant’Ana ao seu donatário faz referência apenas à colocação de marcos no litoral. O Extremo-Sul estava assinalado pela ponta de Itapirubá, próxima à Laguna, onde Portugal e Espanha confinavam, segundo os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. Com o passar dos anos e dos séculos, as terras de Santa Catarina, sertão adentro, sobem as encostas da Serra Geral e da Serra do Mar e espalham-se pelo Planalto, sob os protestos, não dos “espanhóis confinantes”, mas dos paulistas e curitibanos desconfinados.
TERRAS CONFRONTADAS
Nos limites dos três rios
No decorrer dos séculos XVI e XVII não foi emitido qualquer documento oficial para caracterizar os limites ao norte de Santa Catarina, desde a bacia do Rio São Francisco até os sertões dos espanhóis confinantes. Em 11 de agosto de 1738, o rei de Portugal estabelece a criação da Capitania de Santa Catarina e a localização de um governo no Desterro para pôr debaixo de um só comando militar toda a região da costa sul do Brasil. Uma outra provisão, em 9 de abril de 1747, determina que o brigadeiro José da Silva Paes, responsável pelo governo de Santa Catarina, escolha terras na Ilha do Desterro e regiões adjacentes, desde o Rio de São Francisco até o Serro de São Miguel, no alto da Serra Geral, para o assento dos imigrantes açorianos que começarão a chegar assim que houver “citios” disponíveis. O documento exige especial atenção para que as terras entregues aos colonos não deem razão de queixa aos espanhóis confinantes, já que o Meridiano de Tordesilhas passava bem próximo aos locais assinalados. Um ano e meio depois, 20 de novembro de 1748, com centenas de casais açorianos instalados no litoral catarinense, Lisboa decide reorganizar a administração judiciária do Sul do Brasil e cria a Ouvidoria de Santa Catarina, com jurisdição sobre o Desterro, Laguna e o Rio Grande. A nova provisão real ratifica o texto de 1747 quando estipula, de modo claro, que os limites ao Norte da Ouvidoria devem correr pelos rios São Francisco, Cubatão e Negro, que se mete no grande rio de Curitiba, isto é, o Iguaçu. Pela determinação real, Santa Catarina, pelo Oeste, encontrava-se com os espanhóis confinantes nas Cataratas do Iguaçu, e com os paulistas, depois com os paranaenses, nas margens dos rios Negro e Iguaçu. Tanto os espanhóis confinantes, no Oeste, quanto os paulistas desconfinados, ao Norte, recusam-se a respeitar o limite dos três rios.
AVANÇOS SOBRE O SOLO CATARINENSE
A comarca de Curitiba ocupava todo o sul da Província de São Paulo. Em 29 de agosto de 1853, com a Lei Federal 704, o território da comarca é transformado na Província do Paraná.
As autoridades na nova província investem fundo contra Santa Catarina quando fixam os limites do leste pelo Rio Canoinhas, que corre em direção ao Rio Negro desde os campos de Lages. Cria-se uma nova zona de conflito e de terras-de-ninguém quando o Paraná exige que o vizinho do Sul exiba a legislação que lhe garanta a propriedade das terras contestadas. Ousadia bem maior demonstra a nova província. Em abril de 1864, ela cria uma estação fiscal na região do Rio Chapecó para arrecadar uma taxa sobre cada animal em trânsito do Rio Grande do Sul para São Paulo. Santa Catarina protesta e exige que o governo imperial intervenha e acabe com a invasão nos dois lados do território que lhe pertence nos termos da legislação emitida pela Coroa Portuguesa em 1749. Em resposta ao apelo dos catarinenses, em janeiro de 1865 as autoridades do Rio de Janeiro expedem o Decreto 3.378, que praticamente homologa os “avanços” do Paraná sobre o território contestado por Santa Catarina. Os limites foram estabelecidos pelo Rio Saí-Guaçu, Serra do Mar e Rio Marombas, desde a sua vertente até o Canoas e, por este, até o Uruguai. Pelo Aviso de 14/1/1879, foi mudado o Rio Marombas pelo Rio do Peixe, deixando Curitibanos e Campos Novos para Santa Catarina. Esta divisão foi respeitada por Santa Catarina e pelo Paraná até o Acordo de 1916. Pelos termos do decreto, Santa Catarina deve contentar-se em ocupar a faixa do litoral e uma estreita nesga de terra nos contrafortes do Planalto Serra Acima. Os 114 mil quilômetros quadrados garantidos pela legislação do século XVIII ficam reduzidos a pouco mais de 74 mil. Os protestos de toda a província forçam o governo imperial a suspender os efeitos do decreto. Mas os paranaenses continuam firmes nas terras que levaram para dentro de sua província.
AS DUAS CARAS DO DIREITO
A incorporação do Planalto de Lages, em 9 de setembro de 1820, ao território catarinense, define mais uma vez os limites de Santa Catarina com o seu vizinho do norte. Esses mesmos limites são reafirmados pelo artigo 2º da Constituição do Império do Brasil, em 25 de março de 1824, ao afirmar que o “território brasileiro é dividido em províncias na forma em que atualmente se acha”.
A nova constituição não corta a presença dos paulistas nos campos de Palmas, na região sul do Rio Iguaçu e nas terras a oeste do Rio do Peixe. O problema da disputa pelo território contestado toma um novo rumo porque Santa Catarina, baseada no artigo 2º da Lei Maior, argumenta com o “direito expresso”, com o “direito já constituído” e, portanto, alcançado pela expressão “em que atualmente se acha”. Do outro lado, os paulistas apegam-se ao “direito da descoberta” ou da “primeira ocupação”. É o já conhecido “uti possidetis”, tal como os portugueses aplicaram em 1777 para se apoderarem das terras que, pelo Tratado de Tordesilhas, estavam sob domínio espanhol. As duas províncias apegam-se, uma no “direito já expresso”; a outra, no “vislumbre de direito”, ou de “um direito ainda não instituído”. Acontece que cada um dos dois lados apresentava o seu mapa, que era contestado pela outra parte. O direito do “uti possidetis” era consagrado em todo o mundo, por aquela época, quando o Papa arbitrava questão de limites entre Coroas. Essa foi a tese do barão do Rio Branco na questão com a Argentina, definida a favor do Brasil, em 1895. Por isso, o Paraná apelou para este direito. Antes de passar um século, as duas caras do Direito vão desatar o nó do embrulho jurídico e político com facões de madeira e com metralhadoras. Depois da mortandade inútil, tal como no caso de Salomão, o território contestado será dividido ao meio.
A VINDA DOS AÇORIANOS
Em 31 de agosto de 1746, o rei dom João V de Portugal comunica aos habitantes das ilhas dos Açores que a Coroa oferece uma série de vantagens aos casais ilhéus que decidirem imigrar para o litoral do sul do Brasil. Nos termos do edital fartamente distribuído pelas nove ilhas do arquipélago, as vantagens do convite para a voluntária expulsão resultam evidentes:
- haverá um grande alívio nas ilhas porque elas não mais verão “padecer os seus moradores”, uma vez que vão diminuir os males resultantes da indigência em que todos vivem;
- haverá um grande benefício para o Brasil, já que os imigrantes irão cultivar terras ainda inexploradas.
O edital acena com uma série de mordomias a partir do transporte gratuito “até os citios que se lhes destinarem para as suas abitaçoens”.
“E logo que chegarem aos citios que haverão de habitar, se dará a cada casal uma espingarda, duas enxadas, um machado, uma enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas, uma serra com sua lima e travadeira, dois alqueires de sementes (27,5 litros), duas vacas e uma égua. No primeiro ano se lhes dará a farinha, que se entende bastar para o sustento, assim dos homens como das mulheres, mas não às crianças que não tiverem sete anos, e aos que tiverem até os 14 se lhes dará quarta e meia de alqueire para cada mês. Se dará a cada casal um quarto de légua em quadra, para principiar as suas culturas, sem que se lhe levem direitos nem salários algum por esta sesmaria. E quando, pelo tempo adiante tiverem família com que possam cultivar mais terra, a poderão pedir ao governador do distrito”. Também fica definido por sua majestade que o primeiro estabelecimento de casais açorianos far-se-á na Ilha de Santa Catarina e nas suas vizinhanças, “em que a fertilidade da terra, abundância de gados e grande quantidade de peixes conduzem muito para a comodidade e fartura destes novos habitadores.” Em menos de um ano, 7.817 pessoas comprovam o desejo de se transferirem para o outro lado do Atlântico. Uma Provisão Régia de 9 de agosto de 1747 determina ao brigadeiro José da Silva Paes, governador da capitania da Ilha de Santa Catarina, que tome todo o cuidado em tratar bem os novos colonos. “O dito brigadeiro porá todo o cuidado em que estes novos colonos sejam bem tratados, e agasalhados, e assim que lhe chegar esta ordem, procurará escolher assim na mesma Ilha, como nas terras adjacentes, desde o Rio de São Francisco do Sul até o Serro de São Miguel, nos altos da Serra do Mar, e no sertão correspondente a este distrito, com atenção porém que se não dê a justa razão de queixa aos espanhóis confinantes.” A decisão de sua majestade em respeitar as terras dos espanhóis confinantes, plantados muito longe lá pelos lados do Oeste, fez esquecer a definição dos limites norte-sul das terras que açorianos de Santa Catarina poderiam ocupar. Dom João V e muito menos o brigadeiro Silva Paes podiam prever que o descuido de Lisboa dava os primeiros passos para gerar um conflito de limites dentro das terras brasileiras e uma guerra encarniçada entre os próprios catarinenses.
TERRAS PAULISTAS DE LAGES
A designação de Luiz Antônio de Sousa Botelho Mourão, o morgado de Mateus, para governador e capitão general da Província de São Paulo, em dezembro de 1764, tem profunda repercussão no povoamento do Planalto e na fixação dos limites entre Santa Catarina e as futuras terras do Paraná.
Um dos primeiros atos do morgado é o de fazer povoar metodicamente os sertões de Curitiba e todos os imensos campos da região, até a margem direita dos rios Pelotas e Uruguai. O forte argumento para essa tomada de decisão é o de fazer frente aos espanhóis confinantes, que haviam ocupado uma grande parte do território do Rio Grande do Sul. Antônio Corrêa Pinto de Macedo, rico e experimentado fazendeiro daqueles sertões paulistas, em fins de 1766, instala-se “na paragem chamada as Lages”. Para facilitar a tarefa, o fundador está autorizado a convocar todos os índios carijós já civilizados “que andam vadios e não têm casa, nem domicílio certo”, nem são úteis à coisa pública. E ele pode obrigá-los a ir povoar as ditas terras. A viajada oficial de Antônio Corrêa Pinto para o Sul e a missão de fundar uma povoação na referida “parada das tropas” irrita as autoridades do Rio Grande do Sul porque garantem deter a jurisdição de parte daquele território até a margem esquerda do Rio Canoas, afluente do Pelotas. E transtorna os catarinenses porque eles defendem que o limite sul é pelo Rio Pelotas e, ao norte, pelos rios Negro e Iguaçu. Passado meio século, 9 de setembro de 1820, toda a região do Planalto é desanexada de São Paulo e unida à Província de Santa Catarina, com os seus limites a oeste indefinidos. Com a decisão do governo de Portugal, os paulistas fundadores de Lages e seus descendentes tornam-se catarinenses com papel passado em Lisboa. Mas São Paulo e, a partir de 1853, o Paraná não abrem mão de seu território e continuam a banhar-se nas águas do Pelotas e do Uruguai. Até que um dia, meio século depois, acontece o estouro da peonada que não se rendeu e acaba destruída pelas armas de um governo que age em nome da lei.
CIDADES NASCEM NO CAMINHO DOS TROPEIROS
O povoamento do Planalto de Santa Catarina adota uma estratégia bem diferente daquela que resultou da ocupação do Litoral, do Vale do Itajaí e das planuras do Sul. Na Serra-Abaixo, ao longo de 150 anos, adota-se a fixação do imigrante europeu em pequenas glebas de terra - o sítio, o lote, a colônia - como ponto de partida para a abertura do processo civilizador.
No planalto central da Serra-Acima a qualidade do solo não se adapta à fixação definitiva de um colono dedicado à agricultura. As imensas pastagens naturais obrigam a substituir o manejo da terra pela convivência com o gado. Esse mesmo gado resultará na produção do imenso estoque de carnes no Rio Grande do Sul. O perigo de utilizar o transporte marítimo para entregar o boi gordo no mercado devorador de São Paulo e do Rio de Janeiro torna-se evidente pelos riscos que a medida acarreta como naufrágio, pirataria e a necessidade de alimentar os animais no decorrer do trajeto que, além de tudo, fica dependendo da colaboração de ventos favoráveis para empurrar o navio cargueiro. A solução encontrada é simples e copia o exemplo de Alvaro Nuñez Cabeza de Vacca e sua comitiva deslocando-se a pé entre o porto de São Francisco do Sul e a capital do Paraguai. Dessa maneira, os próprios animais se deslocam ao local de consumo através do “caminho das tropas”, também chamado Estrada Real ou Caminho do Sul, que liga Vacaria, os campos de Lages e da Estiva com as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Dezenas de povoados e de cidades do Planalto Catarinense resultam de um “descanso das tropas e dos tropeiros”. Mas ocorre um fato novo na história desse povoamento. Enquanto Santa Catarina alega que tem a seu favor uma série de leis que lhe garantem a propriedade das terras, os paulistas, na quase totalidade proprietários das vacarias do Rio Grande, vão se fixando pelo Planalto e pelos campos de Palmas, muito ao sul dos rios Negro e Iguaçu.
COLONOS E MILITARES NA FRONTEIRA
Pelos meados do século XIX, dom Pedro II dá-se conta de que o Brasil precisa definir e proteger suas extensas fronteiras com os diferentes países da América do Sul, uma vez que a maioria deles apresenta contornos indefinidos.
A saída encontrada pelo imperador é a fundação de colônias militares nas quais possam conviver a vigilância do militar com o trabalho do civil, ambos acompanhados da respectiva família. Nesta linha de pensamento, o Decreto 2.502, de 16 de novembro de 1859, cria as colônias militares do Chopim e do Chapecó, no extremo-oeste da região contestada por Santa Catarina e pelo Paraná e bem ao lado dos 30 mil quilômetros quadrados de território brasileiro exigido pela Argentina. Mas o entusiasmo do imperador pela convivência entre civis e militares na fronteira esfria durante quase 25 anos. Só em 14 de março de 1882 o capitão José Bernardino Bormann instala a colônia militar de Chapecó. De imediato, o capitão abre várias frentes de trabalho destinadas a povoar a região com pequenos lavradores e criadores das redondezas, do Rio Grande do Sul e do Paraná e também para defender a fronteira, atrair os índios, implantar o progresso, difundir a cultura. Logo nos primeiros tempos, a colônia dispõe de duas escolas de primeiras letras, uma escola de música e respectiva banda. Existe até um jornal,O Xanxerê. Em 1895, um laudo pericial do presidente Cleveland, dos Estados Unidos, define que a Argentina não tem nenhum direito sobre as terras do assim chamado Campos de Palmas e a região é definitivamente incorporada ao território brasileiro. Em 1916, as terras contestadas serão divididas entre o Paraná e Santa Catarina. Solucionados os dois conflitos, Xanxerê e Chapecó, em Santa Catarina, Clevelândia e Palmas, no Paraná, começam a exercer um papel importante para o desenvolvimento das terras que a Argentina e os dois estados haviam cobiçado.
O PAPEL DO CACIQUE CONDÁ
Pelos meados do século XIX, dezenas de pequenos proprietários vão se estabelecendo nos campos de Palmas, região contestada por Santa Catarina e pelo Paraná. Sobre essas terras vivem índios kaingang.
A presença do homem branco contribui para o surgimento de pequenas fazendas de criação de gado, sem contornos definidos por estarem localizadas sobre terras devolutas, isto é, pertencentes ao Poder Público. As confrontações entre posseiros e os enfrentamentos com os índios são freqüentes e resultam em total desrespeito às divisas naturais que delimitam as fazendas. Quando da ocupação dos campos de Palmas, em 1839, os moradores não encontram solução para as contínuas depredações e por isso buscam a colaboração dos árbitros João da Silva Carrão e José Joaquim Pinto Bandeira, de Curitiba. Os dois dirigem-se ao local e pedem o apoio do cacique Condá, profundo conhecedor da topografia daqueles campos. A determinação do cacique é a de que todos os índios do grupo se unam em torno dos moradores para assentar as bases de um povoamento ordenado e sem futuras rixas. Em 1815, Athanagildo Pinto Martins abriu a Estrada das Missões, ligando Guarapuava, Clevelândia, Campos Novos e Lages. Trinta anos depois, Francisco Ferreira da Rocha Loures une Palmas a Goio-En. Com a situação mais ou menos definida, em 1865 o governo imperial decide abrir uma estrada para ligar Palmas a Corrientes, na Argentina, passando pelo oeste das terras contestadas por Santa Catarina e pelo Paraná. Os primeiros estudos sobre o trajeto da estrada contam com a colaboração do cacique Condá e de 37 índios. Eles também acalmam os índios do Nonoai, no outro lado do Uruguai, revoltados com a invasão das terras pelos operários da estrada. Os caciques Condá e Viri são personagens importantes para a história do povoamento dos campos de Palmas e dos sertões do Extremo-Oeste de Santa Catarina. Para alguns historiadores, Condá passou de “bugre a bugreiro”, pois recebia pagamento para cada índio que aldeasse.Em Chapecó, uma enorme estátua exalta a memória do índio Condá.