segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tirando a roupa para estimular a leitura


Guilherme Solari - do portal UOL, em São Paulo
A escritora Vanessa de Oliveira (de pé) em protesto contra a pirataria em uma livraria
de São Paulo junto de uma integrante do grupo Femem (12/08/12) 
(foto: Guilherme Solari)
A escritora Vanessa de Oliveira ficou nua em uma livraria de São Paulo neste domingo (12), para protestar contra a pirataria em um ato que afirma também servir de estímulo à leitura. Ex-garota de programa e autora de livros sobre sexo, a autora esteve acompanhada de uma integrante do grupo feminista Femem, que também ficou nua em apoio à causa de Vanessa. "Eu me inspirei inicialmente na Marcha das Vadias”, disse Vanessa ao UOL. “Depois conheci o Femem e achei a minha cara. É neofeminismo, é exatamente o que nós precisamos. Eu e o Femem tivemos essa coincidência de ideologia”. O protesto foi feito durante o lançamento de seu novo livro, "Psicopatas do Coração", baseado em um antigo relacionamento destrutivo da autora. “Eu explico a outras mulheres, com conhecimento de causa, a como sair do relacionamento com um psicopata”, definiu. Vanessa já havia feito um protesto nu no Peru, onde falou que a cultura de pirataria está muito enraizada. “Recebi uma resposta muito positiva dos peruanos”, falou. “Já o brasileiro sensualiza muito as coisas e tem mais dificuldade em entender [os protestos] como uma campanha”. Vanessa discordou do também escritor Paulo Coelho, que chega a incentivar a pirataria de suas obras para divulgá-las. “Paulo Coelho nunca teria existido se seus livros fossem pirateados antes que ele estivesse estabelecido como escritor”, defendeu. O protesto reuniu curiosos na Avenida Paulista em torno das janelas da livraria, que puderam conferir por trás o protesto. Nem todos sabiam do que se tratava. “Fica fechado lá dentro, é difícil entender o que está acontecendo”, disse o empresário Eduardo, que não quis revelar o seu sobrenome. Em geral, a resposta do público ao ato de Vanessa parece ser positiva também aqui no Brasil. “Eu não sei o que ela defende, mas eu apoio”, garantiu o garçom de um bar das redondezas que assistia ao evento.