Antonio Carlos Viana tinha 72 anos (foto:Cia das Letras) |
Um dos mais representativos
escritores da atualidade morreu na manhã deste sábado (15), em um hospital de
Aracaju. Trata-se do também professor Antônio Carlos Viana, 72 anos. Ele lutava
contra um câncer tipo mieloma, que atinge a medula. Antônio Carlos Mangueira
Viana era professor aposentado da Universidade Federal de Sergipe e autor de
vários livros de contos.
Viana nasce em Aracaju, em 1944.
Formou-se na faculdade de Filosofia na
sua cidade natal. Transferiu-se para o Rio de Janeiro para tentar a carreira
diplomática, sem sucesso. Passou pela Psicologia e acabou ensinando Português,
Literatura e Redação. Foi depois para Teresópolis. Lá, para complementar o
necessário à sobrevivência, vendia cachorro-quente na porta do INPS. Seus
escritos, quase sempre contos, nunca eram editados. Chegou a sobreviver fazendo
traduções. Sempre estudando, fez mestrado em Teoria Literária ,
na PUC-RS e doutoramento em Literatura Comparada pela Universidade de Nice,
na França.
Foi professor da UFS. Lá coordenou a Oficina de Redação do Departamento
de Letras. Desse último trabalho nasce o livro Roteiro de Redação: Lendo e
argumentando, da Scipione (participam ainda as professoras Ana Maria Macedo
Valença, Denise Porto Cardoso e Sônia Maria Machado). Coleciona ainda quatro
importantes títulos: vencedor do Prêmio Esso de Literatura – 1971 e do II
Concurso Nacional de Literatura – 1992, promovido pela Prefeitura
Municipal de Garibaldi – RS, e dois prêmios pela APCA – Associação Paulista de
Críticos de Arte, o primeiro prêmio em 2009, com o livro "cine
privê". No ano passado, mais um prêmio da Associação Paulista, com o livro
"jeito de matar lagartas".
Ao todo, Antônio Carlos Viana publicou 7 coletâneas de contos. Brincar de manja (Cátedra – 1974), Em pleno castigo (Hucitec - 1981), O meio do mundo (Libra & Libra – 1993) e O meio do mundo e outros contos (Companhia Das Letras – 1999). Viana também participou de uma antologia de Os
melhores contos brasileiros de 1974, em 1975, e da coletânea Os cem melhores contos brasileiros do
século (Objetiva – 2000),
seleção de Ítalo Moriconi. Segundo Paulo Henriques Brito, no prefácio de O meio do mundo e outros contos, os livros de Viana são magros mas
substanciais para revelá-lo como um mestre do conto moderno. Sua ficção criou
um mundo desconcertante e inconfundível. Os últimos três títulos publicados por
Viana foram: Aberto está o inferno
(2004), Cine Prive (2009), e Jeito de matar lagartas (2015).
O corpo do escritor será velado
a partir das 14h na Biblioteca Epifânio Dórea, localizada na rua Vila Cristina,
no Bairro 13 de Julho. Em seguida, será cremado na cidade de Salvador, Estado
da Bahia. Em abril de 2015, Viana
concedeu entrevista ao G1 de Sergipe sobre sua carreira e sobre o lançamento do
seu último livro. Para ver a entrevista completa, dê um clique AQUI.